Projectos Climate Detectives 2023-2024


Título do projeto: Deslocação das populações de bivalves no mar do Norte

Colégio Santo André   Auvelais   Bélgica

Pergunta de pesquisa

Quais são os impactos das alterações climáticas sobre as populações de bivalves nos mares do Norte e como pode ser
tem um impacto sobre os ecossistemas marinhos?

Resumo do projeto

Estudámos as consequências das alterações climáticas na evolução das populações de bivalves. A presença de bivalves é essencial para o bom funcionamento dos ecossistemas marinhos. Os bivalves filtram a água e mantêm a sua qualidade. São uma fonte de alimento para muitos organismos. O aquecimento global afecta o PH, a salinidade e a temperatura da água. Estas alterações estão a causar problemas às conchas dos bivalves. Os investigadores de todo o mundo estão interessados nesta questão e partem regularmente para explorar os mares do mundo para aprender mais sobre os bivalves, com o objetivo de descobrir e demonstrar que podem ser utilizados como arquivos ambientais. Queremos compreender porque é que estes animais marinhos se deslocam e, consequentemente, o que acontecerá aos nossos oceanos no futuro, em resultado das alterações que ocorrem nas espécies. Podemos efetuar observações utilizando imagens de satélite como o Sentinel-2 e -3, bem como o Landsat, que forneceriam informações sobre os oceanos, a superfície do mar e a cobertura de água. Também podemos obter informações utilizando a captura, marcação e recaptura virtuais (CMR) para identificar os indivíduos pela sua localização. Não encontrámos quaisquer outros dados suficientes ou interessantes que nos ajudem a encontrar informações relevantes.
Para efetuar uma análise estatística das causas do movimento dos bivalves, é necessário estudar vários factores: O pH, a temperatura e a salinidade da água. Utilizaremos estes dados para medir a taxa de resistência dos bivalves ao pH e à temperatura. Graças aos diferentes dados que podemos encontrar, nomeadamente os provenientes de satélites e da CMR já referida. Para efetuar uma análise espacial, precisamos das localizações geográficas dos bivalves. Depois, para nos ajudar na nossa investigação, gostaríamos de conhecer a dieta e os hábitos alimentares dos bivalves, para ver se isso pode ter influenciado os seus movimentos. Por fim, a dinâmica populacional dos bivalves ajudar-nos-á a observar a evolução do número de indivíduos deste organismo marinho.

Principais resultados e conclusões

Quais são os impactos das alterações climáticas sobre as populações de bivalves nos mares do Norte e como pode ser
tem um impacto sobre os ecossistemas marinhos?

Nos últimos 100 anos, a população de certas espécies de bivalves deslocou-se para norte, principalmente devido ao aumento da temperatura da água e à acidificação.
De acordo com um relatório do Instituto Flamengo do Mar (VLIZ), as temperaturas médias no Mar do Norte aumentaram 2 a 3°C. Este aumento enfraquece os níveis de oxigénio na água. Este aumento enfraquece os níveis de oxigénio na água. Os bivalves dependentes do oxigénio morrerão, uma vez que não podem migrar tão facilmente como outros organismos (por exemplo, os peixes).
No seu livro "The Sea Shore", C.M. Yonge afirma que os bivalves prosperam nas praias arenosas, com uma população de cerca de 3,56 milhões de moluscos por hectare de praia.
Em termos de dieta, os bivalves alimentam-se de presas minúsculas que podem ser envenenadas por vários elementos, como os microplásticos, o petróleo e a chuva ácida, em resultado da poluição. A poluição das águas pode também reduzir a disponibilidade de alimentos.
A acidificação da água também desempenha um papel importante na migração dos bivalves. Os nossos oceanos absorvem cerca de 30% do CO2 presente na atmosfera. Antes da revolução industrial, o pH médio dos oceanos era de cerca de 8,2 e atualmente é de 8,1, o que representa um aumento de 30% da acidez. De acordo com o Sexto Relatório de Avaliação do IPCC, o pH dos oceanos poderá descer para cerca de 7,8 até 2100. Isto tornaria os oceanos 150% mais ácidos, afectando metade de toda a vida aquática (particularmente os organismos que utilizam CaCO₃, como os bivalves).
A salinidade no Mar do Norte situa-se entre 35 e 35,5 PSU. Investigadores de vários laboratórios (CERFACS, LEGOS, LOCEAN e GAME) observaram que, nos últimos 30 anos, as águas superficiais nas regiões de baixa salinidade estão a tornar-se mais amenas e as regiões de alta salinidade mais salgadas: uma evolução recente do ciclo tropical da água e uma resposta ao aumento da concentração atmosférica de gases com efeito de estufa. No Mar do Norte, os bivalves não são afectados pelas alterações da salinidade.

O que se segue? Acções para fazer a diferença e ajudar a diminuir o problema

Obtivemos as seguintes soluções possíveis. Uma primeira ideia: realizar inquéritos junto dos conquilicultores para avaliar a sua perceção do risco ligado à acidificação. Em seguida, encontrar estratégias de regulação do pH testadas em laboratório e depois em condições reais nos locais de cultura de moluscos. Terceiro ponto: utilizar as macroalgas presentes no litoral (zona costeira sujeita às marés, por vezes submersa e por vezes exposta) e as conchas de marisco consumidas para tornar o ambiente mais alcalino (básico) e remediar localmente a acidificação dos oceanos. Poderíamos também criar um sistema de vigilância destinado a seguir os movimentos das populações de bivalves e a compreender os factores que os influenciam. A investigação sobre habitats, ciclos de reprodução e predadores pode fornecer dados valiosos para o desenvolvimento de estratégias de gestão. Por outro lado, a proteção e a reabilitação dos habitats naturais dos bivalves, a fim de favorecer a sua presença nos oceanos, podem ser 2
As zonas adequadas e a limitação da sua migração para zonas indesejadas podem ser úteis. Isto pode implicar a recuperação de zonas húmidas, a criação de recifes artificiais ou a gestão de zonas de reprodução.
Já existe um projeto liderado pelo Ifremer em França que visa analisar os impactos da acidificação e do aquecimento das águas nas espécies de bivalves mais cultivadas. O projeto CocoriCO2 tem vários objectivos: um objetivo de observação (nomeadamente através de 12 sensores de pH distribuídos ao longo da costa francesa), de análise (2 unidades experimentais), de antecipação (inquérito aos conquilicultores para avaliar a sua perceção da acidificação) e de procura de soluções para o problema (testes laboratoriais do efeito das macroalgas castanhas e dos produtos alcalinos sobre o pH). Um projeto como este seria uma oportunidade perfeita para a Bélgica preservar os bivalves nas suas costas.

Os projetos são criados pelas equipes e elas assumem a responsabilidade total pelos dados compartilhados.
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