Climate Detectives Projects 2023-2024
Project title: As almofadas de areia que adormecem o mar
Agrupamento de Escolas D. Afonso III Faro Portugal
Será que os bancos de areia das zonas costeiras se adaptam à subida do Nível Médio do Mar, consequência das Alterações Climáticas?
Questão-problema: Será que os bancos de areia das zonas costeiras se adaptam à subida do Nível Médio do Mar, consequência das Alterações Climáticas?
Os sistemas costeiros são zonas de transição entre os ambientes Continental e Marinho. Correspondem a zonas de amortecimento dos agentes dinâmicos marinhos e continentais. As suas formas e dimensões resultam da competição entre estes agentes marinhos e costeiros.
A subida atual do nível médio do mar da ordem dos 2 – 3 mm/ano, reflexo do aquecimento global versus alterações climáticas, é contrariado pela formação de deltas arenosos na boca das barras livres de maré, formando deltas de enchente e de vazante com dimensões e formas que se ajustam a essa subida do nível médio das águas do mar.
Caso de estudo: barra livre de São Luís, integrada no sistema de ilhas barreira da Ria Formosa
Como fizemos a nossa investigação…
1ª Fase: Na escola, compreendemos os processos hidrodinâmicos (marés e correntes) e os processos inerentes ao transporte sedimentar (transferências de energia para os clastos/grãos de areia naturais), bem como estudámos a formação dos ambientes sedimentares (dos deltas de enchente e de vazante) que surgem nas barras livres do sistema costeiro lagunar (caso de estudo: Barra de São Luís).
Construímos uma maquete com um gráfico das cristas dos ripple marks das almofadas de areia (deltas), em que tínhamos a variação da velocidade e do sentido da corrente do mar, em função do tamanho dos grãos da areia.
2ª Fase: realizámos uma saída de campo à Barra de São Luís, para observarmos in situ os processos físicos, sedimentares e os ambientes sedimentares.
3ª Fase-Selecionámos várias imagens de satélite (aplicação Google Earth®) referentes a diferentes períodos temporais (2013 e 2024 ), nas quais identificámos as formas, as dimensões dos respetivos deltas, suas áreas e perímetros, bem como as dunas de enchente e de vazante, que os compõem, observadas no campo.
Será que os bancos de areia das zonas costeiras se adaptam à subida do Nível Médio do Mar, consequência das Alterações Climáticas?
O delta de enchente é sempre maior que o de vazante, nesta barra, o que mostra que para além do domínio da enchente da maré, também o mar está numa fase transgressiva, sugerindo que o balanço de forças das correntes de enchente supera claramente as de vazante.
Comparando os deltas de 2013 e 2024, da barra de São Luís, verificámos que:
os deltas se ajustaram à migração natural da barra, ou seja, em 2013 a barra estava mais a nascente e em 2024, após terem aberto artificialmente a barra junto à última habitação em 2013, a barra migrou novamente para nascente;
a área do delta de enchente duplicou ( de 255 820 m2 para 501 111m2), enquanto que a área do delta de vazante passou para metade ( de 181 946 m2 para 72 631 m2), o que nos leva a sugerir que os deltas de enchente são um mecanismo de defesa dentro da ria, face ao avanço do mar (refletindo a tendência de subida do nível médio das águas do mar, também consequência do aquecimento global). Estas almofadas de areia (deltas) são estruturas dinâmicas que se formam com as correntes da água. O delta de enchente é uma megaforma que reflete o hidrodinamísmo e que resulta da entrada da água do mar para o sistema lagunar, durante a fase da enchente. Este delta de enchente vai funcionar como uma almofada pois vai dissipar a energia da água do mar, que entra para o sistema lagunar, adormecendo-o…
As formas de fundo que compõem os deltas, vão refletir o transporte da areia e a sua capacidade de dissipar a energia das correntes no delta. Identificámos no delta de enchentes as formas de fundo: megadunas, dunas e ripples.
Reunião com o Presidente da CMF para apresentarmos as nossas ideias e estabelecermos parcerias, com o intuito de promover ações / Sugerir medidas que todos nós possamos adotar nestes ambientes costeiros, como:
– evitar o pisoteio da vegetação e do ambiente dunar (reserva natural de areia que alimenta a deriva longilitoral e os deltas).
– Promover atividades de reposição de areia projetada para a estrada na praia de Faro repondo-a nas dunas.
Proteger e plantar plantas dunares (ajudam a reter a areia nas dunas). Na impossibilidade desta medida, colocar paliçadas nas dunas.
Promover a realimentação artificial das praias com areia que se encontra “perdida” em zonas mais profundas do mar
Realização de podcast´s/pequenos vídeos de sensibilização / teatros
/ folhetos e divulgação nas redes sociais.
… a decorrer
– Dinamização de Palestras para os alunos da escola, professores, funcionários, pais, em contexto escolar.
Palestra “Os pólos e as alterações climáticas” – realizada dia10/4, para sensibilizar os alunos, do nosso agrupamento, para as consequências das alterações climáticas.
Palestra “As almofadas marinhas que adormecem o mar” – dia 24/4, para divulgar os resultados do nosso projeto e sensibilizar toda a comunidade educativa para as consequências das alterações climáticas, bem como consciencializar a comunidade para a importância das areias na minimização dos impactos das alterações climáticas ( atenuação da subida do nível médio das águas do mar ).
– Divulgação deste estudo através da participação em conferências estudantis / eventos organizados por entidades, que venham a ocorrer / conferências regionais e nacionais, entre outros.
Em curso
– Divulgação do nosso trabalho nas redes sociais da escola e da autarquia,
… em curso
– Divulgação do nosso trabalho nos jornais locais/regionais.
… em curso
Projects are created by the teams and they take the full responsibility of the shared data.
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