Climate Detectives Projects 2023-2024
Project title: A influência da poluição atmosférica nos ecossistemas da Ria Formosa
Agrupamento de Escolas D. Afonso III Faro Portugal
Será que a poluição atmosférica influencia o equilíbrio dos ecossistemas da Ria Formosa?
Será que a poluição atmosférica influencia o equilíbrio dos ecossistemas da Ria Formosa?
O aumento da concentração de CO2 e de CH4 na atmosfera, por ação antropogénica, contribui para o aquecimento global.
As ervas marinhas para além de servirem de refúgio e alimento para a biodiversidade, consomem o dióxido de carbono, libertam oxigénio (durante o dia, pelo processo da fotossíntese) e retêm o carbono, o chamado carbono azul.
As conchas carbonatadas dos seres vivos evitam uma descida abrupta do pH, combatendo a acidificação dos oceanos, à custa da dissolução das conchas (efeito de solução tampão).
Objetivo: Investigar o efeito conjunto do CO2 e do CH4 na qualidade da água e no biota dos ecossistemas da Ria Formosa.
Como investigámos?
1ª fase: Foram feitas recolhas de água, de sedimentos, de ervas marinhas e de conchas, para se poder reproduzir em laboratório os 2 ecossistemas da Ria Formosa: fundos arenosos com conchas e pradarias de ervas marinhas.
2ª Fase: Montaram-se 3 aquários:
Aquário #1:reproduziu-se uma pradaria marinhas.
Aquário #2: reproduziu-se o ecossistema de areia com conchas.
Aquário #3: de controlo, reproduziram-se os dois ecossistemas. Neste aquário foi colocada uma bomba de ar.
Nos Aquários #1 e #2 injetaram-se em simultâneo e de uma forma continua os dois gases GEE (metano e o dióxido de carbono), produzidos por dois bio-digestores:
No biodigestor para produção de CO2, usaram-se leveduras e açúcar.
No biodigestor para produção de CH4, usaram-se fezes de galinha.
3ª Fase: Procedeu-se ao acompanhamento visual da qualidade aparente da água e do sedimento, bem como do comportamento de alguns gastrópodes presentes nos sistemas experimentais (Aquários #1, #2 e #3).
Monitorização da massa das conchas.
Monitorização com testes colorimétricos de nitratos, nitritos, fosfatos, e amónia total..
Monitorização com sonda multiparamétrica da temperatura, do pH, do teor de oxigénio dissolvido e da condutividade elétrica.
Será que a poluição atmosférica influencia o equilíbrio dos ecossistemas da Ria Formosa?
Dia 0: Os 3 Aquários encontram-se em equilíbrio.
As plantas e os animais aparentavam estar bem nos 3 aquários.
Nos Aquáriuos #1 e #2 iniciou-se a injeção de CH4 e CO2, e no #3 ar.
Dia 1: A qualidade da água dos aquários #1 e #2 começou a degradar-se, verificando-se, por ex. um decréscimo dos teores em O2 dissolvido de 86 para 65 %, e começou a surgir movimentação de organismos, nomeadamente de gastrópodes.
Dia 3: Os aquários #1 e #2 já apresentavam as paredes laterais e o fundo cobertos por um biofilme cinzento.
A água estava turva e acinzentada, o O2 dissolvido baixou para 35 %, sentindo-se um cheiro desagradável.
Encontraram-se alguns gastrópodes acima da coluna de água, transferindo-os para o aquário #3.
Dia 4: No quarto dia, os aquários #1 e #2 o O2 dissolvido quantificou-se em 20 %.
A cor das paredes dos aquários e da água escureceu mais e a turvação aumentou.
Dia 6: A água e as paredes dos aquários #1 e #2 estavam completamente negras e a água apresentava apenas 5 % de O2 dissolvido.
As conchas colocadas no aquário #2 apresentavam-se desgastadas com marcas visíveis de dissolução, tendo sofrido um perda de massa de 9,020 g para 5,515 g.
O pH da água no aquário #2 desceu de 6,6 para 5,9 devido ao efeito tampão da dissolução do CaCO3 das conchas.
O aquário #3 continuava a apresentar uma qualidade de água e um aspeto similar ao do início da experiência, sendo que os gastrópodes continuavam vivos.
Considerações finais:
A poluição atmosférica, nomeadamente o aumento da concentração de CH4 e CO2, têm um grande impacto no oceano, na sua fauna e flora;
Seres vivos como os bivalves, com conchas carbonatadas, ajudam a controlar o pH dos oceanos, ou seja, impedem a aceleração da acidificação dos oceanos potenciada, em grande parte, pelo aquecimento global.
– Consciencializar para a importância da preservação dos habitats e biodiversidade característicos dos
sistemas lagunares, como é o caso da Ria Formosa, para funcionarem como elementos de controlo dos
GEE e do seu impacto nas alterações climáticas.
– Promover ações para proteger as pradarias marinhas e a biodiversidade associada.
– Sugerir medidas de redução da emissão dos GEE, por exemplo ajustando a nossa alimentação, de modo
a consumirmos menos carne.
– Realizar podcasts, pequenos vídeos de sensibilização / teatros / folhetos e divulgação nas redes sociais.
– Dinamizar Palestras para os alunos, professores, funcionários e pais, em contexto escolar, mas
envolvendo a comunidade local.
– Divulgar este estudo através da participação em conferências estudantis / eventos organizados por
entidades, congressos e conferências regionais e nacionais, entre outros
– Apresentação do projeto e dos seus resultados a estudantes de outras escolas de Faro e entidades da região como a Câmara Municipal de Faro, CCDRAlgarve…
– Divulgação do projeto desenvolvido integrada na apresentação do Professor Doutor António Correia (Universidade de Évora), evidenciando o impacto das alterações climáticas no desequilíbrio dos ecossistemas
– Apresentação de uma comunicação oral na Conferência “Água: Desafios do Futuro”, organizada
pela Associação Portuguesa de Recursos Hídricos (APRH).
Resumo submetido e aceite em Março de 2024
A-Influencia-da-Poluicao-Atmosferica_ingles.pdf
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