Projetos de Detectives Climáticos 2019-2020

Título do projeto: Lagoa Almargem II

Equipe: Guardiões do tempo

2019-2020   Agrupamento de Escolas Dr.ª Laura Ayres - EB 2,3 de Quarteira n.º 2   Quarteira   Portugal   22 A idade do aluno: 12-13

No final do projeto do ano anterior, fizemos algumas previsões sobre a evolução da lagoa em caso de seca extrema. Uma vez que essas previsões se verificaram, apontámos algumas medidas que poderiam ser tomadas para minimizar o impacto da falta de água. Pretendemos averiguar qual(is) poderá(ão) ser a(s) razão(ões) para a falta de água na lagoa, e se alguma delas está relacionada com as nossas previsões. Para isso, pretendemos entrar em contacto com as instituições de poder local para tentar perceber o que tem sido feito e o que pretendem fazer; analisámos dados da aplicação "Climate from Space" e imagens Sentinel-Hub para comparar as alterações climáticas registadas na lagoa nos últimos anos; fizemos observações in situ relativamente à biodiversidade local mas não tivemos oportunidade de comparar com os dados obtidos no ano letivo anterior; quisemos recolher dados junto da comunidade adjacente ao rio que alimenta a lagoa, relativamente às suas práticas agrícolas, planeamento urbano e conhecimento da biodiversidade envolvente.

Não foi possível abordar as instituições locais ou a comunidade local devido à imposição de um "estado de emergência". Esta situação não nos permitiu recolher dados sobre as práticas agrícolas ou o urbanismo, de modo a relacioná-los com o assoreamento e a pressão urbana a montante da lagoa. As imagens de satélite utilizadas, bem como os registos meteoro-lógicos analisados, mostraram que houve uma diminuição drástica da precipitação no último ano. Estes dados resultaram numa redução muito significativa do caudal da lagoa e no desaparecimento da maioria das aves limícolas. Estes factos são extremamente preocupantes porque a Lagoa era utilizada como zona de alimentação e de repouso para cerca de 38 espécies de aves aquáticas, algumas das quais ameaçadas. A perda de bi-odiversidade na lagoa foi notória, o que justifica a gestão da lagoa e das linhas de água, bem como da área envolvente e a sua designação como Reserva Ecológica Nacional.

Não podemos fazer nada para combater diretamente as alterações climáticas, embora estas alterações sejam causadas pela ação do homem. Nesse sentido, decidimos que poderíamos concentrar as nossas acções na sensibilização da comunidade local, porque só com acções locais nos podemos tornar globais. Partindo deste pressuposto, consideramos que a informação e o conhecimento são as melhores acções que podemos desenvolver. Desta forma, pretendemos promover/participar em sessões de informação que estimulassem a consciencialização das pessoas para as alterações climáticas e para as suas responsabilidades individuais. Numa primeira fase, pretendíamos envolver as autarquias locais (Junta de Freguesia de Quarteira, Câmara Municipal de Loulé) bem como a comunidade científica (Universidade do Algarve, Associação Almargem, entre outras) para colaborar na investigação e apoiar possíveis sessões de informação e divulgação da problemática em estudo junto da comunidade local. No entanto, a pandemia provocada pela COVID 19 não nos permitiu dar continuidade às mesmas.