Equipe: Eureka

Portugal 14 anos de idade, 12 anos de idade   7, 5 / 9

Pantufas de carbono azul das pradarias marinhas

Será que as pantufas de carbono (azul) que as ervas marinhas retêm, na Ria Formosa, conseguem contrabalançar as emissões de carbono das indústrias locais, atenuando os impactos nas alterações climáticas?

Os prados de ervas marinhas, bem como os ambientes de sapal, são sistemas costeiros com uma grande capacidade de retenção e armazenamento de matéria particulada fina transportada em suspensão nas águas lagunares.

Associada a esta matéria particulada, encontram-se presentes grandes quantidades de carbono de natureza orgânica que também é retido e armazenado nos sedimentos das ervas marinhas.

A indústria emite carbono para a atmosfera, sendo este um dos causadores do aquecimento global. Após o tratado de Quito, as empresas compram estas emissões.

Nós vamos analisar a quantidade de carbono que é "aprisionado" pelas ervas marinhas da ria formosa e assim perceber a quantidade e o valor monetário do carbono das "pantufas que as ervas marinhas calçam", ou seja do carbono que existe aprisionado no sedimento das ervas marinhas, e perceber se este carbono consegue contrabalançar as emissões de carbono das indústrias locais.

Oceanos

Pretendemos usar medições realizadas no solo.

Na escola, vamos compreender os processos hidrodinâmicos e os processos inerentes ao transporte e retenção de matéria particulada transportada em regime de suspensão por parte dos prados de ervas marinhas. O mesmo será feito com o que acontece nas planícies intermareais arenosas.

Vamos procurar compreender e distinguir também os processos de oxidação e de redução da matéria orgânica que ocorrem nos sedimentos destes dois ambientes, e identificá-los pela cor.

Numa segunda fase, vai-se realizar uma saída de campo à zona de estudo na Ria Formosa, para observar in situ dos processos físicos e sedimentares e dos ambientes sedimentares já compreendidos em sala de aula. Os alunos recolherão 3 amostras de sedimento superficial com um volume conhecido num prado de ervas marinhas (com uma localização aleatória) e 3 amostras de sedimento superficial com o mesmo volume numa planície intermareal arenosa adjacente.

As 6 amostras serão posteriormente enviadas para análise elementar em laboratório certificado para determinação do carbono total, do carbono orgânico e do inorgânico.

Assim que o laboratório nos enviar os resultados do carbono, os alunos irão interpretá-los e estimar a quantidade de carbono médio, por metro quadrado, retido pelo prado de ervas marinhas e pela planície intermareal arenosa em estudo.

Com base numa imagem de satélite de toda a Ria Formosa, selecionaremos e quantificaremos as áreas de prados de ervas marinhas. Tendo por base o teor médio de carbono retido no sedimento pelas ervas marinhas, serão calculadas as suas pegadas de carbono azul e económica.

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